segunda-feira, 19 de maio de 2008

CAPÍTULO 19 - MARCHAI PARA O GRAU CRÍSTICO

“O Cristo Interno deve ser elaborado segundo a Divina Configuração do Cristo Externo; para isso é que o Pai Divino, em tempos apropriados, envia Cristos ou Divinos Modelos às humanidades em evolução.”

Uma das realidades simples que transbordam em nossos serviços é o fato de haver quem saia do corpo físico doente, vindo parar nestes reinos doente, necessitando enfrentar o mesmo tratamento, ou tratamento segundo as suas desarmonias físicas. Já não dizemos as psíquicas, porque afora os erros registrados na intimidade, ocorre que a perfeição só é total no Grau Crístico, ao superar a lei das reencarnações obrigatórias.
Antes de atingir a Suprema Libertação, ao ter que reencarnar, em um mundo como a Terra, atrasado em todos os sentidos da Ordem Moral, pode muito bem cair em faltas, tendo que responder por elas. Por conseguinte, os tratamentos de que falamos é o físico, o do nosso físico, que comporta todos os complexos do vosso, em virtude da lei de Causa e Efeito.
Porque ser um espírito inferior em evolução já é ter um corpo astral denso, é arrastar um carro pesado, é brilhar menos; e se, por cima, estiverem faltas acumuladas, erros gravados, então podeis avaliar como os nossos hospitais devem tratar de muitos corpos astrais atacados de muitos desequilíbrios.
E como os céus concêntricos e superpostos variam muito de grau hierárquico, podeis avaliar, também, quantos poderão ser os processos de tratamento, segundo os males das entidades e, acima de tudo, da normal hierarquia de cada um. Como é que se irá tratar numa faixa ou céu superior, uma nonada superior, do indivíduo que é inferior, que poderia na superior encontrar ainda mais dificuldades?
Vede, portanto, que os nossos reinos oferecem de tudo, segundo o grau evolutivo de cada um e segundo os males de que possa estar sofrendo; na Casa do Pai as moradas são muitas, em forma de galáxias, sistemas planetários, planetas e seus céus ou faixas astrais. E ainda resta a Casa Crística, o Céu Crístico, a Esfera Universal, que não pertence a Planeta algum, porque é acima de mundos, formas e transições. Lá está a Libertação Total, a Ressurreição Final do Espírito!
Antes de chegar lá, como deveis saber, cumpre tratar dos filhos de Deus, de nós mesmos, segundo a hierarquia e o mal que arraste consigo, na faixa ou céu a que faça jus. E não temos, por aqui, a mania de achar que a existência, a evolução, a respiração, os merecimentos, as responsabilidades, sejam fatos que possamos resolver fazendo cálculos algébricos ou inventando teorias complicadas e superficiais, muitas vezes traiçoeiras em alta conta. As coisas, por aqui, devem é ser encaradas com simplicidade e objetividade, deixando de lado tratados de sistemas estes ou aqueles, com que, na crosta, os formalistas pseudo-sábios engodam os incautos.
O Amor, a máxima conquista evolutiva, filho da Virtude realizada no imo, não é apanágio de ricos ou pobres, sábios ou ignorantes, nacionais ou estrangeiros, pretos ou brancos... E muito menos ainda de religiosismos estes ou aqueles!
Se, pois, não podemos fabricar Amor para aplicá-lo via oral ou por injeção, está dito que o nosso tratamento parte, sempre, da educação mental. Sem Lei não há Evangelho, e sem Evangelho não há cura!
E dia virá, em que os encarnados terão que pensar e fazer assim, porque tudo tende à simplicidade na Ordem Divina. Custará ainda muito, mas a Finalidade Sagrada impõe que assim venha a acontecer. A falsa ciência dará lugar à Ciência do Amor, em que tudo se resumirá, finalmente, em um irmão querer fazer o máximo bem ao seu irmão, que é de onde surge o ideal cristão, a consciência da vitória final do espírito, a antevisão do Grau Crístico!
Todos somos esperados, no Céu Crístico, por aqueles que já atingiram o píncaro evolutivo. Eles nunca foram filhos do favor de Deus, porque em Deus nunca houve favor. Uma é a Lei de Harmonia, e todos terão que com ela acertar contas durante a escalada evolutiva. E chegar ao Grau Crístico, fora da Lei de Harmonia, por um favor de Deus, seria coisa de se pensar?
Conseguintemente, meditemos nos céus inferiores, nas faixas do submundo e nas bem pouco iluminadas; pensemos, enfim, nos céus que se sucedem, reconhecendo em tudo isso a Sabedoria Divina. Porque a evolução é lenta, e cada um terá, nos reinos espirituais, o lugar que por suas obras tenha merecido.
E como a realidade é sempre decorrente de alguma lei, não custa nada compreender que ela é letra evangélica e muito rigorosa!
Foi assim discursando, num ambiente reconhecidamente preparado, que um servidor de plano um bocado superior transmitiu a ordem de construção de uma casa de oração com o fito de cura. Ali tudo seria feito, informou, com o fim de fazer compreender, a cada um dos presentes, que a cura real vem de dentro e deve ser a procurada fielmente; lições sobre a Moral e o Amor, a Verdade e a Virtude, disse ele, devem preceder a todos os pedidos, a todos os movimentos de ordem mental.
E foi construindo um prédio, com o emprego da força mental de algumas dezenas de irmãos competentes; eles desenharam tudo, encararam com acuidade a todos os mínimos detalhes e, quando tudo era questão de ação, agiram. Depois houve música e alegria, com a presença de muitos irmãos bastante superiores, tendo no final, com a bênção rogada a Jesus Cristo, vindo das alturas um Alto Emissário, que sobre o prédio deixou cair uma folha como que de papel, onde estava escrito:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus, porque sempre representou Deus. Todas as coisas foram feitas por ele; e do que há feito, tudo por ele foi feito.”

Depois de tudo terminado, o governador da região entregou o escrito a um grupo de artistas do nosso reino, ordenando que fizessem uma laje, do material mais apropriado que julgassem, para ficar no centro da parede posterior do prédio, por dentro, ou onde costumam colocar o altar dos idólatras.
No dia da inauguração, disse o governador aquelas palavras de Jesus Cristo, sobre ser Deus, Espírito e Verdade, assim desejando que Seus filhos venham a ser; e concluiu, portanto, que aquela inscrição era tudo quanto podia haver de mais certo, porque resumia o Poder de Deus através do Cristo Planetário. O Senhor e o Seu Delegado Planetário.
E como o vasto salão estava repleto de enfermos de variada ordem, foi feita uma preleção pelo mesmo governador, sobre o sentido Moral da vida, porque ele achava, depois de tanto ler e meditar, que esse é o sentido que abrange todos os demais, que dizem respeito aos filhos de Deus. Disse que a parte de Deus é Eterna, Perfeita e Imutável, cumprindo a cada filho realizar a sua parte, sendo que o sentido Moral da vida é o resumo de tudo, porque fora dele nada há de realmente enobrecedor.
Assinalou que todos os cidadãos da região eram livres para ocupar a tribuna e falar, achando ele, também, que essa disposição vinha ao encontro da máxima dignidade de cada um, porque a oração não é privilégio de ninguém, sendo um direito igual garantido pelo Pai Divino a todos os Seus filhos. Ficava dito, portanto, que nunca um mesmo orador ou presidente da reunião exerceria duas vezes em seguida a mesma função; a oração final era para desejar curas, e seria feita em silêncio absoluto, para facilitar a melhor mentalização por parte de todos. Alguém comandaria, e esse alguém seria qualquer dos filhos de Deus da região.
Ato contínuo, chamou ele o diretor dos hospitais da região, passando-lhe a direção da reunião, para que mandasse fazer a oração quem julgasse conveniente. E o diretor chamou um doente, alguém que estava em tratamento, dizendo-lhe:
— Graças ao Nosso Senhor Jesus Cristo, que representa o chamado Criador neste Planeta, na parte sólida como na astral, sendo também o Mestre dos mestres, eu te peço para fazer a oração, desejando curas e bens para todos nós.
O doente, que havia sido na vida carnal um escritor de bons recursos, porém descrente de Deus e de tudo que diz respeito à sobrevivência e responsabilidade do homem, fez ali uma confissão de culpas que a todos fez derramar lágrimas. E quando orou, um Pai Nosso à sua moda, ninguém o acompanhou sem ser de ouvido, em virtude de ser inventado na hora. Depois, entrando todos em silêncio, ou orando realmente, as coisas mudaram, porque o prédio pareceu sumir, ficando tudo imensamente brilhante, quase impossível de ser bem visto. E no final, lá em cima do cone de luz, vimos muitos espíritos gloriosos, estando entre eles o Mestre dos mestres, com as mãos estendidas, fazendo jorrar muita luz sobre toda a região. O importante, realmente, é que a oração dos presentes estava beneficiando a todos os habitantes da região, os presentes e os ausentes, os que puderam comparecer e os que não puderam, por causa de serviços e outros motivos quaisquer.
Quando tudo havia retornado ao natural, o diretor dos hospitais encerrou a reunião, dizendo que jamais esperaria por tamanha colheita. As graças do Senhor vieram, disse ele, de modo a fazer compreender que a Presença do Cristo é real e não apenas mística, para aqueles que O buscarem de coração. E não é assim que o Cordeiro de Deus prometeu, no primeiro capítulo do Livro dos Atos? E por que os nossos reinos seriam menos do que a crosta terrícola? Estas ovelhas não são, também, do Seu Aprisco? Ou pretenderão, os encarnados, que a Obra Divina é apenas aquilo que eles pensam que seja? Ou julgarão a Jesus como enganador e mentiroso?

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